
Uma Reunião Atípica - Fénelon Flamarion
04/03/2013 14:33INTRODUÇÃO
A transformação interior do ser humano é tarefa de difícil execução, pois a mesma depende única e exclusivamente da vontade daquele que quer se modificar para melhor, e a doutrina espírita vem com seus preceitos ajudar nesse processo de auto transformação.
Em uma reunião mediúnica esse processo deveria se verificar um pouco mais rápido quando o grupo tem intenção sincera de servir. Porém, mesmo com toda boa intenção, sem a vontade para se modificar, nada de expressivo se dará.
A inobservância de nossos comportamentos produz fragilidade no processo de desconstrução do homem velho e por reflexo condicionado mantemos os velhos costumes que não mais queremos, porém os bons que queremos se tornam frágeis e até mesmo desaparecem. Por isso afirmamos que a prática da doutrina espírita deve ser constante, reforçando os bons hábitos e dirimindo os maus.
É necessário que todos espíritas sinceros confrontem a si mesmos, como se estivessem olhando em espelho suas personalidades, sem melindres apontando defeitos, listando qualidades, descentralizando o EGO, afim de que Deus possa assumir em nossa vida o papel que lhe cabe. E é desta maneira que começaremos a entender a essência divina, seus desígnios sua vontade e desta maneira sermos uno com o PAI.
Que este texto sirva para reforçar nos médiuns a ideia de comprometimento; observância da prática mediúnica, etc., pois na reunião citada neste texto houve uma série de acontecimentos que demonstraram a invigilância do grupo inteiro.
DESENVOLVIMENTO
Otimistas com a reunião anterior, na qual tivemos confirmações maravilhosas sobre o método aplicado, iniciamos a reunião com a praxe, qual seja, a realização de uma prece. Tendo sido realizada a prece o próximo passo seria a explanação do estudo sobre A TEORIA DAS MANIFESTAÇÕES FÍSICAS (1), por surpresa minha apenas três de um grupo de onze fizeram a leitura prévia. Mediante este acontecido me abstive por instantes de falar, porém um médium pediu a palavra e admoestou o grupo sobre o comprometimento e a responsabilidade perante o trabalho que de bom alvitre todos aceitaram. Não me contendo tive que ratificar, acrescentando sobre a sintonia e a seriedade e reli as observações que um espírito nos deu, e que irei descrever agora:
Confrades companheiros, é com muita alegria que percebemos a preocupação dos integrantes para efetivação do trabalho com Cristo.
Mais uma vez o grupo será testado, nossos irmãos menos esclarecidos irão atuar em cada integrante implementando o desânimo e em seguida a desistência. Orai e vigiai, queridos companheiros não esmoreçam no trabalho, sejam humildes e peçam ajuda quando sentirem dificuldades, pois muitos necessitam desse trabalho. Não deixem que o orgulho e a vaidade prejudiquem o trabalho ensejado. Orai e Vigiai e agradeçamos a DEUS à oportunidade de servir. Assim Seja!
José de Arimatéia
Um terceiro médium (2) pediu a palavra e explanou sobre a grandiosidade e importância da seara ensejada, que muitos, no plano espiritual dependiam desse trabalho e que ficássemos atentos.
Caros amigos, o estudo da doutrina não nos deixa indignarmo-nos com o acontecido, pois sabemos que é através da análise das falhas que conseguimos alcançar níveis de disciplinas cada vez maiores. Percebam que as falhas são tratadas na hora com apontamento da falta e consenso após breve discussão da atitude a ser tomada.
Desta maneira retiramos da reunião mediúnica o tom de algo secreto ou místico que algumas pessoas possam dar a ela e que os médiuns não são santos ou seres especiais e a situamos como uma reunião séria que apresenta falhas e acertos como todas as reuniões em qualquer instância do plano físico.
(1) Estudo feito por KARDEC, ALLAN em a REVISTA ESPÍRITA de 1856.
(2) “Note que na Doutrina Espírita todos somos médiuns, e o dirigente também foi inserido, porém sabemos que Kardec usa o termo médium para aqueles que são ostensivos.”
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